Home Care: saiba como funciona e quem tem direito.

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Home Care: saiba como funciona e quem tem direito.

O que é Home Care?

A expressão home care, do inglês, pode ser adaptada para nossa linguagem pátria como uma prestação de serviços de saúde na residência do próprio paciente, poderá ser uma opção de tratamento escolhida pelo profissional da saúde, no caso o médico, para facilitar e proporcionar conforto aquele paciente que necessite deste tipo de atendimento.

Este tipo de prestação é feito por uma equipe com profissionais de áreas variadas e dependerá do tipo de atendimento que o paciente necessita, envolvem também exames, aplicação de medicamentos ou, quando necessário, a internação do paciente na sua própria residência. Quando é necessária a internação dos pacientes são montados equipamentos para que seja possível o acompanhamento remoto, devido à necessidade de acompanhamento contínuo.

O mais comum de ocorrer nos casos de home care é o atendimento ambulatorial, quando o atendimento e cuidado com os pacientes é intenso e deve se manter contínuo, devido às doenças crônicas que demandam este tipo de cuidado. Ainda, o atendimento de outros tipos de profissionais é comum, que realizam visitas para cuidados de fisioterapeutas e nutricionistas, por exemplo.

Portanto, resumidamente, podemos conceituar a modalidade de home care como um atendimento mais confortável e fácil para pacientes que demandam este tipo de cuidado e, por razão de suas doenças têm sua mobilidade prejudicada.

Como funciona o Home Care?

É fundamental, a princípio, diferenciarmos o serviço prestado através do home care, e o serviço dos cuidadores. Existe uma grande variedade de atendimentos que podem ser feitos pela modalidade de home care, e ainda, é possível que o paciente necessite dos dois tipos de serviço, entretanto, não devem ser confundidos, uma vez que o home care se trata de prestação de serviço que demanda conhecimento técnico e específico, que apenas profissionais capacitados e autorizados podem oferecer.

Os cuidadores se prestam a auxiliar pacientes que tenham doenças e também possuam dificuldades em sua locomoção, alimentação, higiene e atividades básicas, comuns a todas as pessoas.

Já no caso do home care, os profissionais são outros, e envolvem aplicação e prescrição de medicação e exames, por exemplo, o que só pode ser feito por profissionais credenciados e capacitados para exercer este tipo de função, como os médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, daí a principal diferenciação entre os dois, os cuidadores precisam apenas de experiência na função e uma noção de como devem agir, ao contrário dos profissionais no home care, que precisam ser formados e capazes de executar funções profissionais médicas.

Quem tem direito ao Home Care?

Para ter direito ao tratamento na modalidade do home care, o paciente será escolhido pela operadora de plano de saúde ou por normas regulamentadoras de saúde. Não existe, entretanto, uma lei específica sobre o home care, mas existem critérios constantes da ABEMID (Associação Brasileira de Empresas de Medicina Domiciliar), e NEAD são as mais utilizadas para este fim.

Os critérios mais comuns para a concessão deste tratamento são a alimentação por gastrostomia, traqueostomia com ventilação mecânica e ainda, a necessidade e dependência total de cuidados diários. Os critérios mais comumente aceitos como garantidores do provimento do tratamento na modalidade de home care, e, pacientes que necessitem de cuidadores, que o auxiliariam parcialmente com higiene e banho, infelizmente não são, por si só, suficientes para enquadrar a pessoa como um paciente que deva receber os atendimentos na modalidade home care, assim como o programa de saúde da família, que apesar de prestar o suporte domiciliar e visitas na residência do paciente não se trata do tipo de tratamento home care.

Quando o Home Care é necessário ou recomendado?

Alguns tipos de situação caracterizam a necessidade de utilização do tipo de tratamento e inclusive são recomendadas. Como exemplo podemos citar:

• O paciente que, ainda que esteja clinicamente estável, mas necessite de complementação do tratamento sob a supervisão médica e de enfermagem;

• Pacientes que possuam limitações, decorrentes de seu quadro clínico e que demandem treinamento de paciente ou de cuidador, de acordo com as novas condições;

• Paciente que tenha terminado sua terapia injetável;

• Paciente que necessite de realização de curativos de maior complexidade;

• Os pacientes que necessitem da utilização de aparelhos para garantirem o suporte de vida;

• Pacientes que sejam portadores de doenças crônicas e tenham histórico de reincidência de internações hospitalares frequentes;

• Pacientes acometidos por processos de infecção prolongados ou reincidentes.

• Pacientes portadores de enfermidades que ponham o curso de sua vida em ameaça e não sejam responsivas a tratamentos.

Portanto, estes se tratam dos critérios para que sejam admitidos os pacientes ao tratamento na modalidade de home care, que devem ser seguidos para que a garantia a assistência necessária para o melhor tratamento ao paciente.

Benefícios do Home Care.

Se manter próximo aos entes queridos e familiares é sabidamente importante para o tratamento de diversas doenças graves, como o câncer, por exemplo, devido ao contato com pessoas e coisas que são consideradas importantes para o paciente e acabam por terem importante efeito psicológico e terapêutico.

Entretanto, é necessária uma organização para que se possa receber o tratamento via home care com boa qualidade e seja garantida a mesma segurança existente em um ambiente hospitalar. 

Além do serviço de home care técnico propriamente dito, os cuidadores, enfermeiros, médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e também os assistentes sociais, são profissionais que se enquadram como fundamentais para o tratamento dos pacientes, além do apoio, acolhimento dos próprios pacientes e seus familiares.

Portanto, de maneira sintética, podemos preceituar os benefícios do home care para o paciente:

• Envolvimento e contato com a família, aumentando a humanização do tratamento;

•  A atenção individualizada e facilitação da manutenção rotineira;

• Aumento na segurança para o paciente e consequente aumento na adesão ao tratamento;

• Redução no período de internação do paciente;

• Redução no risco de infecção hospitalar.

Além de todos estes aspectos positivos para o próprio paciente neste tipo de tratamento, o serviço de home care proporciona ainda, a vantagem de liberação dos leitos nos hospitais, o que beneficia todos os pacientes que não possam ser atendidos e tratados utilizando o método de home care. 

Desafios da ação de Home Care. 

É possível conceituarmos o principal desafio da prestação dos serviços médicos pelo método de home care como a ausência de demanda dos profissionais que garantam os cuidados necessários ao paciente. Isto porque as empresas que prestam este tipo de serviço não têm possibilidade de fechar as escalas de trabalho e programações dos planos de saúde, devido, principalmente, à indisponibilidade de pessoal capacitado a oferecer este tipo de atendimento, sendo este um dos principais desafios das empresas.

O que tem acontecido é que a expansão da oferta deste tipo de mão de obra não tem acompanhado o avanço do crescimento dos atendimentos na modalidade domiciliar, e tem feito com que as empresas sejam forçadas a aumentarem os esforços na tentativa de recrutar e selecionar profissionais. Entretanto, ainda não foi obtido o impacto esperado.

Portanto, mais do que estratégias a serem adotadas pelas empresas provedoras deste tipo de serviço, para que seja implantado um sistema sustentável, a disponibilidade de mão de obra destes tipos de profissional é um dos principais desafios do home care.

Ainda, também tidos como desafios para este tipo de prestação de serviço, existem a legislação, a padronização da qualidade e dos tipos de prestação, a cobertura, que se refere ao nível de assistência que a operadora deverá arcar, e ainda, sob o porquê de não ter sido implantado ainda este sistema.

Quanto custa o Home Care?

Os valores dependerão do nível de complexidade dos cuidados e variarão segundo a necessidade de inclusão ou exclusão dos serviços. 

Em nosso país, a média diária de um profissional de home care é de R$150 para o período de 12 horas. Quando o caso clínico é menos gravoso, é possível realizar a contratação de um profissional de home care, de maneira mensal e por meio de regime celetista, para uma jornada de 36 horas semanais, por uma média de R$1850. 

Nos casos mais complexos, onde o atendimento deverá ser prestado pelo período de 24 horas diárias, o recomendado é que existam 4 profissionais, em escala de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, por um valor médio de R$1750 para cada trabalhador.

Além do pagamento do pessoal, é preciso contratar o aluguel de equipamentos hospitalares e que poderão variar a depender do tipo de necessidade de cada um. 

Diferença entre cuidador e Home Care.

Cada dia mais popular no país, o serviço de home care, apesar de ser utilizada há algum tempo, tem sido cada dia mais utilizado devido às características positivas deste tipo de prestação, que é indicado àqueles pacientes que não necessitam de manutenção de seu tratamento no hospital e podem ser atendidos em sua própria residência, acompanhados por profissionais capacitados. 

Dentre estes profissionais, que incluem enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos, e como este atendimento é realizado na casa do paciente, é comum que ocorram confusões sobre o papel dos profissionais, se tratam de profissionais de home care ou de cuidadores. As diferenças são sutis e deve haver atenção dos familiares do paciente quanto a isso.

Apesar da similaridade, a diferença é importante. 

O profissional que presta serviços de home care é formado em alguma das áreas da saúde, e tem como atribuições a aplicação de medicações que somente pessoas formadas nestas áreas têm autorização para fazer, ministrar medicamentos controlados, realizar análises clínicas, exames, aplicar injeções, realizar atividades de recuperação. 

Já quanto ao cuidador, seu papel é realizar os cuidados quanto ao bem estar dos pacientes, quanto à higiene, trocas de roupa, companhia e alimentação, ou seja, são tarefas mais simples, que não exigem que o profissional possua habilitação específica para a realização destas atividades.

Ainda que sejam semelhantes, a importância dos dois tipos de acompanhamento é fundamental, e geralmente são realizadas concomitantemente, devido às diferenças de atuação e necessidade de complementaridade das atividades.

Pedido e solicitação do Home Care. 

Para realizar a solicitação do atendimento pela modalidade de home care, é necessário obter um laudo médico devidamente fundamentado, que tenha em seu texto a indicação de tratamento com a necessidade da modalidade de home care, além do tipo de doença do paciente, contendo seu Código Internacional de Doenças (CID), detalhamento dos remédios, e ainda, caso seja necessário, uma definição e designação dos profissionais que acompanharão os pacientes como fisioterapeutas e enfermeiros alimentares, que cuidarão da dieta e do uso de sondas, fraldas, equipamentos para respiração mecânica.

Após a aquisição do laudo, será necessário formalizar o pedido de home care para o plano de saúde que atenda o paciente, de maneira escrita. É importante salientar que será possível caso esteja previsto no contrato de plano de saúde.

Caso este pedido seja negado pelo convênio, o atendimento tradicional no hospital deverá ser mantido até que o paciente tenha alta, e ainda, será possível, por meio de um advogado especialista, que pleiteará em caráter de urgência, utilizando-se de uma tutela de urgência, a prestação do serviço médico pela modalidade de home care com a maior brevidade possível.

Como a telemedicina pode ajudar no Home Care?

A integração da telemedicina tem muito a complementar o atendimento via home care. Isso porque pode facilitar o acompanhamento de diversos profissionais a distância e evitar o deslocamento desnecessário do paciente até os profissionais, aumenta o conforto e a segurança tanto dos profissionais quanto dos pacientes por evitar este deslocamento.

O home care facilita na realização de exames, que poderão ser feitos por enfermeiros e técnicos de enfermagem, e posteriormente serem os materiais levados aos laboratórios e enviados os resultados ao paciente por meio da telemedicina. 

Além disso, poderá ter o acompanhamento multidisciplinar acessível de vários tipos de profissionais, que poderão realizar o acompanhamento e monitoramento remoto dos pacientes de maneira simplificada.

Poderão ainda, contar com uma infraestrutura completa por meio da telemedicina, o que também aumenta a quantidade de leitos disponíveis nos hospitais para que aqueles pacientes que não possam se enquadrar no tipo de atendimento de home care sejam atendidos. 

Portanto, nota-se a complementaridade dos dois serviços, que tende a melhorar muito os quesitos de conforto e otimização da prestação de serviços médicos.

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