Radiculotomia Cervical: Entenda Como Pode Aliviar a Dor

Dor no pescoço, dormência nos braços ou fraqueza muscular podem ser sinais de um problema na sua coluna cervical. Se estes sintomas lhe são familiares, talvez você esteja lidando com uma condição que necessita de atenção especializada. Uma das opções de tratamento para dor persistente é a radiculotomia cervical, um procedimento que pode oferecer uma solução duradoura e que deve ser coberto pelo plano de saúde.

A radiculotomia cervical é um procedimento cirúrgico focado no alívio da dor causada pela compressão dos nervos na região do pescoço. Pode representar um marco importante para quem sofre com dores crónicas que não melhoram com tratamentos conservadores. Este tratamento visa interromper os sinais de dor diretamente na fonte.

Vamos explorar detalhadamente como este procedimento funciona, quem são os candidatos ideais, o que se pode esperar antes, durante e após a cirurgia e como conseguir pelo plano de saúde. Compreender este processo é o primeiro passo para recuperar a sua qualidade de vida.

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radiculotomia cervical

Table Of Contents:

O que é radiculotomia cervical?

A radiculotomia cervical, por vezes chamada de rizotomia, é um procedimento neurocirúrgico que envolve a secção ou lesão de forma intencional de uma raiz nervosa específica. O nome deriva de “radícula”, referindo-se à raiz nervosa ou, mais precisamente, às suas pequenas fibras, e “tomia”, que significa cortar. O objetivo é interromper a transmissão de sinais de dor ao longo dessa via nervosa.

Essencialmente, o cirurgião identifica a raiz nervosa ou as radicelas selecionadas para alívio da dor que estão a causar os sintomas e as secciona. Este procedimento é realizado quando há uma compressão ou irritação persistente de um nervo, comum em condições como a radiculopatia cervical. É um tratamento da dor que atua diretamente sobre a estrutura neurológica responsável pelo sintoma.

Ao contrário de outros procedimentos na coluna que removem a causa da compressão (como uma hérnia de disco), a radiculotomia foca-se em “desligar” o nervo. É, em geral, uma opção considerada quando a dor é refratária a outras abordagens menos invasivas. O procedimento pode ser realizado em diferentes nervos, dependendo da origem da dor.

Quem precisa de radiculotomia cervical?

A indicação para uma radiculotomia cervical é feita por um especialista em coluna ou em dor após uma avaliação completa. Em geral, este procedimento é considerado para pacientes com dores intratáveis, que não encontraram alívio com métodos conservadores. A condição mais comum tratada é a radiculopatia cervical.

A radiculopatia cervical é a irritação ou compressão de uma ou mais raízes nervosas na coluna cervical. As suas causas podem incluir:

  • Hérnia de disco cervical, onde o material do disco pressiona um nervo.
  • Estenose do forame, que é o estreitamento do canal por onde o nervo sai da coluna.
  • Artrose ou esporões ósseos (osteófitos) que comprimem as estruturas nervosas.
  • Dor crónica no pescoço que irradia para o ombro, braço ou mãos.

O diagnóstico da radiculopatia cervical é fundamental antes de considerar a cirurgia. Além do exame físico, o médico pode solicitar exames de imagem, como ressonância magnética, para visualizar a compressão do nervo. Por vezes, um bloqueio anestésico diagnóstico é realizado para confirmar que a dor se origina da raiz nervosa suspeita.

Como é realizada a radiculotomia cervical?

A forma como a radiculotomia cervical é realizada pode variar, mas o princípio é o mesmo: aceder e seccionar as fibras nervosas alvo. O procedimento é delicado e exige precisão, sendo muitas vezes executado por visão microscópica. O cirurgião identifica e corta apenas as radicelas selecionadas para alívio da dor, preservando a função motora.

A cirurgia pode ser realizada através de uma abordagem aberta ou de técnicas minimamente invasivas. Na abordagem aberta tradicional, uma pequena incisão é feita na parte de trás do pescoço para expor a coluna cervical. O cirurgião utiliza um microscópio para identificar a raiz nervosa ou a sua entrada na medula espinhal.

Uma vez identificada a raiz nervosa ou as radicelas problemáticas, estas são cuidadosamente seccionadas. Se a dor afetar múltiplas áreas, é possível que sejam realizadas diversas radiculotomias em diferentes nervos durante a mesma cirurgia. O procedimento é realizado sob anestesia geral e o paciente é monitorizado de perto durante todo o processo.

Radiculotomia Cervical por Radiofrequência

Uma alternativa minimamente invasiva é a radiculotomia por radiofrequência, também conhecida como rizotomia por radiofrequência. Este método não envolve um corte cirúrgico tradicional, mas sim a criação de uma lesão térmica controlada. É um procedimento que pode ser realizado em regime ambulatório.

Nesta técnica, uma agulha especial é guiada por imagem (como fluoroscopia) até à proximidade do nervo alvo. Uma vez posicionada, a ponta da agulha emite uma corrente de radiofrequência, que gera calor e cria uma pequena lesão no nervo. Essa lesão interrompe a capacidade do nervo de transmitir sinais de dor.

A radiculotomia por radiofrequência oferece uma resposta mais prolongada do que um bloqueio anestésico simples, embora possa precisar de ser repetida no futuro. A decisão entre a técnica aberta e a por radiofrequência depende da condição específica do paciente e da experiência do especialista em coluna.

Comparação com a Rizotomia Dorsal Seletiva

É importante não confundir a radiculotomia cervical para tratamento da dor com a rizotomia dorsal seletiva (RDS). Embora ambas envolvam a secção de raízes nervosas, os seus objetivos e localizações são muito diferentes. A rizotomia dorsal seletiva é um procedimento usado principalmente para o tratamento da espasticidade, não da dor.

A RDS é mais comummente realizada em crianças com paralisia cerebral para reduzir a rigidez muscular excessiva (espasticidade) nas pernas. A cirurgia envolve a secção de radicelas sensoriais na região lombar da coluna vertebral, o que ajuda a normalizar o tónus muscular. A seleção das fibras a serem cortadas é baseada em respostas a estímulos elétricos durante a cirurgia.

Por outro lado, a radiculotomia cervical foca-se no alívio da dor na região do pescoço e braços, visando uma raiz nervosa ou várias. Enquanto a rizotomia dorsal tem como alvo o controlo motor e o tónus muscular, a radiculotomia para dor refratária procura exclusivamente a interrupção de sinais de dor. Portanto, são procedimentos distintos para condições neurológicas diferentes.

Quais são os riscos da radiculotomia cervical?

Como qualquer procedimento cirúrgico, a radiculotomia cervical envolve riscos que devem ser discutidos com o seu médico. Embora seja considerada segura quando realizada por um cirurgião experiente, é importante estar ciente das possíveis complicações. O objetivo é sempre que os benefícios superem os riscos potenciais.

Os riscos gerais associados a qualquer cirurgia da coluna incluem:

  • Infeção no local da incisão ou mais profundamente.
  • Sangramento excessivo durante ou após o procedimento.
  • Reações adversas à anestesia geral.
  • Formação de coágulos sanguíneos nas pernas (trombose venosa profunda).

Riscos mais específicos da radiculotomia incluem dano a uma raiz nervosa ou aos nervos adjacentes. Isto pode resultar em novos sintomas, como dormência, fraqueza ou até mesmo dor persistente. Em casos raros, pode ocorrer instabilidade da coluna cervical ou fuga de líquido cefalorraquidiano.

Recuperação após a radiculotomia cervical

A recuperação varia conforme a técnica utilizada e as características individuais do paciente. Uma vez finalizada a cirurgia, a monitorização continua por algumas horas na sala de recuperação. A gestão da dor pós-operatória é uma prioridade para garantir o conforto do paciente.

A seguir, apresentamos um resumo geral da linha do tempo da recuperação, que pode ser ajustada pelo seu médico:

Período de Tempo Orientações Gerais
Primeiras 24-48 horas Repouso com movimentação limitada. Pode ser necessário o uso de um colar cervical para estabilizar o pescoço.
Primeira Semana Retorno gradual a atividades leves, como caminhar. Evitar movimentos bruscos com o pescoço e levantar pesos.
2 a 4 Semanas Aumento progressivo da atividade. A fisioterapia pode ser iniciada para ajudar a fortalecer os músculos e melhorar a amplitude de movimento.
4 a 6 Semanas Retorno ao trabalho é possível, dependendo da natureza da função. Atividades mais exigentes ainda devem ser evitadas.
3 a 6 Meses A maioria dos pacientes atinge a recuperação funcional completa e pode retomar a maioria das suas atividades normais.

É crucial seguir todas as recomendações médicas, incluindo comparecer às consultas de acompanhamento e realizar as sessões de fisioterapia. A adesão ao plano de reabilitação é fundamental para alcançar o melhor resultado possível.

Resultados esperados da radiculotomia cervical

O principal objetivo da radiculotomia cervical é o alívio da dor. A maioria dos pacientes relata uma melhoria significativa ou completa da dor radicular que sentiam antes da cirurgia. Obter a resposta esperada depende de uma seleção cuidadosa do paciente e da precisão técnica do procedimento.

É importante ter expectativas realistas. Embora a dor irradiada para o braço geralmente melhore drasticamente, alguma dormência ou formigamento pode persistir, especialmente se o nervo esteve comprimido por um longo período. A fisioterapia pós-operatória desempenha um papel vital na otimização da função e na prevenção de futuras complicações na coluna.

O sucesso do procedimento é medido não apenas pelo alívio da dor, mas também pela melhoria na qualidade de vida, capacidade de realizar atividades diárias e redução da necessidade de medicamentos para a dor. Uma vez que o procedimento é bem-sucedido, é possível alcançar uma resposta mais prolongada do que com tratamentos não cirúrgicos.

Alternativas à radiculotomia cervical

A cirurgia é geralmente o último recurso para o tratamento da radiculopatia cervical. Antes de se optar por um procedimento como a radiculotomia, o seu especialista em coluna irá explorar diversas alternativas conservadoras. Estas opções podem ser muito eficazes para um grande número de pacientes.

Entre os tratamentos não cirúrgicos, destacam-se:

  • Fisioterapia: Programas de exercícios para fortalecer os músculos do pescoço, melhorar a postura e aumentar a flexibilidade.
  • Medicação: Anti-inflamatórios, relaxantes musculares e medicamentos específicos para dor neuropática.
  • Injeções de corticosteroides: Um bloqueio com injeções epidurais ou de raiz nervosa seletiva para reduzir a inflamação diretamente à volta do nervo.
  • Tração cervical: Um dispositivo que estica suavemente o pescoço para aliviar a pressão sobre os discos e as raízes nervosas.

Estas abordagens devem ser tentadas por um período adequado antes de se considerar a cirurgia. Apenas quando a dor se torna refratária e incapacitante é que a radiculotomia se torna uma opção viável.

Quando procurar ajuda legal para radiculotomia cervical

Por vezes, a condição que leva à necessidade de uma radiculotomia cervical pode ser o resultado de um acidente de viação ou de trabalho, ou de uma situação em que há responsabilidade de terceiros. Nestas circunstâncias, pode ser necessário procurar aconselhamento no âmbito do direito para garantir a proteção dos seus interesses.

Se a cirurgia for negada pelo seu plano de saúde, uma consulta com um especialista pode ser útil. A Berardini Sociedade de Advogados possui expertise em casos de saúde e pode avaliar a sua situação. Uma assessoria jurídica qualificada pode ajudar a garantir a cobertura necessária para o seu tratamento.

Além disso, em casos de lesões pessoais, um advogado especialista em plano de saúde pode ajudar a obter uma compensação justa para cobrir despesas médicas, perda de rendimentos e outros danos. Agir para proteger os seus direitos é uma parte importante do processo de recuperação.

Conclusão

A radiculotomia cervical é uma opção de tratamento avançado para o alívio da dor severa causada pela compressão de nervos na coluna cervical. Este procedimento, que envolve a secção de uma raiz nervosa ou de suas radicelas, é reservado para casos de dor refratária que não respondem a tratamentos mais conservadores.

Embora seja uma cirurgia com riscos, os benefícios podem ser transformadores para pacientes cuidadosamente selecionados, proporcionando uma solução duradoura para a dor crónica. A escolha da técnica, seja aberta ou por radiofrequência, depende da avaliação de um especialista em coluna.

Se está a considerar este procedimento, é fundamental ter uma discussão aberta com o seu médico sobre todas as opções, riscos e resultados esperados. Com o tratamento correto e o apoio adequado, é possível superar a dor debilitante e retomar o controlo da sua saúde e bem-estar.

Caso seja necessário a realização do procedimento, saiba que ele deve ser coberto pelo plano de saúde. Se você tiver qualquer dúvida específica sobre seu caso ou precisar de ajuda, lembre-se que a Berardini Sociedade de Advogados está aqui. Somos especialistas em Direito do Consumidor, Planos de Saúde e Direito Médico. Nossa equipe está pronta para conversar e tirar suas dúvidas, auxiliando uma pessoa como você, que utiliza planos de saúde ou é paciente e enfrentou alguma injustiça.

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